Abstract:
RESUMO: Mudanças rápidas nos padrões de alimentação na grande maioria dos países e, em particular, naqueles economicamente emergentes. No Brasil, a prevalência de excesso de peso foi encontrada em 49,0% da população, na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF 2008/2009). Em adolescentes, o excesso de peso aumentou seis vezes no sexo masculino e quase três vezes no feminino, alcançando nesse período prevalência de cerca de 20,0%, para ambos os sexos. OBJETIVO: Foi investigar alimentos ultraprocessados, macronutrientes, atitudes e práticas alimentares de adolescentes, com pré-obesidade e obesidade, que participaram do ERICA, no município de Teresina, PI. MÉTODOLOGIA: A Pesquisa teve como base dados secundários, obtidos de dois estudos, o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) e o Projeto Suplementar ao ERICA, ambos de caráter transversal, envolvendo 292 adolescentes com pré-obesidade e obesidade, entre 12 e 17 anos, de ambos os sexos, estudantes de escolas públicas e privadas. As variáveis do estudo foram: dados sócios demográficos, práticas alimentares não saudáveis, opiniões sobre alimentos ultraprocessados e média do consumo de macronutrientes. RESULTADOS: A maior proporção dos adolescentes, de escolas públicas, respondeu “concordo”, que os salgadinhos industrializados e as batatas fritas promovem bem-estar e consequentemente fazem bem à saúde; já os de escolas privadas, respondeu “discordo” que refrigerantes ajudam a engordar e promovem obesidade, e que sorvetes, pizzas, biscoitos recheados, chocolates, bombons são alimentos calóricos e provocam danos à saúde; não houve significância da prevalência de pré-obesidade e obesidade entre os alunos que responderam sobre opinião de alimentos ultraprocessados e os efeitos á saúde e os tipos de escola. Maior proporção de alunos das escolas privadas não fazem as refeições assistindo TV, enquanto os alunos de escolas públicas o fazem todos os dias ou quase todos os dias. Não houve significância entre a prevalência de pré-obesidade e obesidade e as práticas não saudáveis, houve significância nos resultados apenas do consumo de lipídeos entre a associação com pré-obesidade e obesidade. CONCLUSÃO: Observou-se, de modo geral, que os adolescentes parecem ter conhecimento e opiniões corretas sobre o consumo de alimentos ultraprocessados e seus efeitos à saúde, em destaque para aqueles de escolas públicas, no entanto, não põem em prática, pois a maioria faz refeições e consome petiscos em frente a telas, refletindo no seu estado nutricional. ABSTRACT: Rapid changes in feeding patterns in the vast majority of countries, and in particular in those economically emerging. In Brazil, the prevalence of overweight was found in 49.0% of the population, in the Family Budget Survey (POF 2008/2009). In adolescents, overweight increased six times in males and almost three times in females, reaching a prevalence of about 20.0% for both sexes in this period. OBJECTIVE: It was to investigate ultraprocessed foods, macronutrients, attitudes and feeding practices of adolescents, with pre-obesity and obesity, who participated in ERICA, in the city of Teresina, PI. METHODS: The research was based on secondary data, obtained from two studies, the Study of Cardiovascular Risks in Adolescents (ERICA) and the Supplementary Project to ERICA, both of a transversal character, involving 292 adolescents with pre-obesity and obesity, between 12 and 17 years, of both sexes, students of public and private schools. The variables of the study were: socio-demographic data, unhealthy eating practices, opinions on ultraprocessed foods and average consumption of macronutrients. RESULTS: The greater proportion of adolescents, from public schools, responded "I agree", that the industrialized snacks and the French fries promote well-being and consequently do good to the health; even those from private schools, responded "I disagree" that sodas help fatten and promote obesity, and that ice creams, pizzas, stuffed biscuits, chocolates, candies are calorie foods and cause health damage; there was no significance of the prevalence of pre-obesity and obesity among the students who answered on the opinion of ultraprocessed foods and the health effects and types of school. A higher proportion of students in private schools do not dine while watching TV while public school students do it every day or almost every day. There was no significance between the prevalence of pre-obesity and obesity and unhealthy practices, there was significance in the results only of the consumption of lipids between the association with pre-obesity and obesity. CONCLUSION: It was generally observed that adolescents seem to have correct knowledge and opinions about the consumption of ultraprocessed foods and their effects on health, in particular for those in public schools, however, they do not put it into practice, since most of them eat and consume snacks in front of screens, reflecting their nutritional status.