Abstract:
RESUMO: Dois experimentos foram conduzidos para avaliar os efeitos da suplementação de vitamina C e selênio em dietas para frangos de corte, mantidos em condições naturais de temperatura ambiente elevada. No primeiro experimento, foram utilizados 700 pintos de corte machos, para avaliação do desempenho produtivo e viabilidade econômica das dietas, no período 1 a 7 e 1 a 21 dias de idade; do peso relativo de órgãos digestivos e do coração; dos pesos absoluto e relativo de órgãos linfoides; do rendimento de carcaça e de cortes; da composição química e deposição de nutrientes na carcaça e da bioquímica sérica das aves aos 21 dias. No segundo experimento, 175 frangos de corte machos, no período de 11 a 18 dias de idade foram utilizados para a avaliação da metabolizabilidade dos nutrientes, do balanço de nitrogênio e da eficiência de utilização do nitrogênio das dietas. Nos dois experimentos, os tratamentos consistiram em dietas suplementadas com vitamina C, na forma de ácido ascórbico revestido, em dois níveis: 150 mg e 300 mg de vitamina C/kg de ração, em associação a três níveis de selênio: 0,2 mg , 0,4 mg e 0,6 mg de selênio/kg de ração, na forma de selênio levedura, e em uma dieta controle (sem suplementação de vitamina C e selênio, mas com níveis basais de 0,3 mg de selenito de sódio/kg de ração, conforme estabelecido pelo fabricante do premix), totalizando sete tratamentos e cinco repetições. As dietas suplementadas com 150 e 300 mg de vitamina C combinados com níveis de 0,2, 0,4 e 0,6 mg de selênio/kg de ração, não melhoram o consumo de ração, o ganho de peso e o índice de eficiência produtiva de frangos de corte, no período de 1 a 7 e 1 a 21 dias de idade. Porém, os níveis de selênio suplementar, de forma independente, reduzem a conversão alimentar na fase pré-inicial. O nível de inclusão de 300 mg de vitamina C/kg de ração melhora a viabilidade criatória na fase total de 1 a 21 dias, comparados à adição de 150 mg da vitamina nas dietas. O rendimento de peito foi aumentado com a associação de 300 mg de vitamina C e 0,4 mg de selênio/kg de ração. Na fase inicial de criação, o peso de órgãos linfoides, digestivos e coração de frangos de corte estressados naturalmente por calor, não é influenciado pela inclusão de vitamina C e selênio às rações, com exceção da bolsa cloacal, que aumenta com o incremento dessa vitamina. A adição de selênio nas dietas aumentou a proteína bruta das carcaças, mas não altera a deposição de nutrientes. A dieta controle (sem adição de vitamina C e selênio) mostrou-se mais econômica para frangos de corte na fase de 1 a 21 dias de idade. O nível de 0,376 mg de selênio/kg de ração proporcionou maior coeficiente de metabolizabilidade da matéria seca. A adição de selênio nas dietas reduziu linearmente a proteína bruta consumida, o coeficiente de metabolizabilidade da proteína bruta, o nitrogênio ingerido, o balanço de nitrogênio e a eficiência de utilização de nitrogênio e, nos níveis de 150 mg e 300 mg de vitamina C, a adição de selênio reduziu a energia metabolizável aparente corrigida para o balanço de nitrogênio das dietas. A suplementação de vitamina C e selênio em dietas para frangos de corte, nas condições ambientais em que foi executada a pesquisa, não melhora o desempenho produtivo, a imunidade e a metabolizabilidade dos nutrientes, indicando que a quantidade de selênio nas dietas basais e a síntese endógena de vitamina C atendem às exigências nutricionais dos animais, com níveis suficientes para atuar na defesa antioxidante e promover o crescimento adequado das aves nas fases estudadas. ABSTRACT: Two experiments were conducted to evaluate the effects of vitamin C and selenium supplementation in the diets of broiler chickens, kept under normal conditions of high ambient temperature. In the first experiment, 700 male broiler chicks were used to evaluate: the performance and economic viability of these diets, between 1 to 7 and 1 to 21 days old; the relative weight of digestive organs and heart; the absolute and relative weights of lymphoid organs; carcass and cuts yield; the chemical composition and nutrient deposition in the carcass and serum biochemistry of the birds after 21 days. In the second experiment, 175 male broiler chickens in the period of 11 to 18 days of age were used for evaluating the metabolization of nutrients, the nitrogen balance and the nitrogen utilization efficiency of these diets. In both experiments, the treatments consisted of a control diet and diets supplemented with vitamin C in the form of coated ascorbic acid, on two levels: 150 mg and 300 mg of vitamin C per kg feed, in combination with three levels of selenium: 0.2 mg, 0.4 mg and 0.6 mg of selenium per kg feed, in the form of selenium yeast. The diets supplemented with 150 and 300 mg of vitamin C combined with varying levels of 0.2, 0.4 and 0.6 mg selenium per kg feed do not improve feed intake, weight gain and production efficiency index of broiler chickens, from 1 to 7 and 1 to 21 days of age. However, additional levels of selenium, independently, reduce feed conversion in the pre-initial phase. The inclusion level of 300 mg of vitamin C per kg feed improves the production viability in the total phase of 1 to 21 days, compared to the addition of 150 mg of vitamin C in the diets. Breast yield was increased with the combination of 300 mg of vitamin C and 0.4 mg selenium per kg feed. At the early stage of breeding, the weight of lymphoid organs, digestive organs and heart of the naturally heat stressed broiler chickens, is not influenced by the inclusion of vitamin C and selenium to the feed, with exception of the cloacal bursa, which increases together with the increasing of this vitamin. The addition of selenium in the diet increased the crude protein of the carcasses, but it did not alter the deposition of nutrients. The control diet (without addition of vitamin C and selenium) was more economical for broiler chickens at the stage of 1 to 21 days of age. The level of 0.376 mg selenium per kg feed resulted in greater metabolization coefficient of dry matter. The addition of selenium in the diet linearly reduced the crude protein consumed, the metabolization coefficient of crude protein, the nitrogen intake, the nitrogen balance and the nitrogen utilization efficiency, and, at levels of 150 mg and 300 mg of vitamin C, the addition of selenium reduced the apparent metabolizable energy corrected for nitrogen balance diets. Supplementation of vitamin C and selenium in diets for broiler chickens, in the environmental conditions in which the research was performed, does not improve production performance, immunity and metabolization of nutrients, indicating that the amount in the basal diet meets the animals’ nutritional requirements, with sufficient levels to act in antioxidant defense and to promote the proper growth of the birds in the studied phases.