Abstract:
RESUMO: Introdução: o elevado consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) está associado a piora nos indicadores nutricionais da dieta de indivíduos, podendo levar a alterações nos níveis lipídicos, consequentemente, dislipidemias. Objetivo: analisar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e parâmetros lipídicos em adolescentes. Metodologia: estudo transversal realizado com adolescentes de ensino médio da rede pública estadual e particular de Teresina-PI. A amostragem foi estratificada proporcional ao sexo e idade dos adolescentes. O consumo alimentar foi analisado por meio de um recordatório alimentar de 24h, com replicação em 40% da amostra. Os AUP foram identificados de acordo com a classificação NOVA de alimentos. As concentrações de colesterol total, HDL-c e triglicérides, foram determinados por colorimetria enzimática, enquanto que a fração de LDL-c foi estimada por fórmula. Utilizou-se o teste t de Stundent ou Mann-Whitney para comparação de médias e regressão linear para avaliar as associações entre parâmetros lipídicos e consumo de AUP. O nível de significância adotado foi de p<0,05. Resultados: O consumo de AUP foi mais frequente entre os adolescentes do sexo feminino, com renda familiar superior a dois salários mínimos e estudantes de escola particular. Os indivíduos no maior tercil de consumo de AUP apresentaram maior ingestão energética e de sódio, enquanto a ingestão de proteínas e fibras alimentares foram significativamente menores, quando comparados ao primeiro tercil de consumo. A análise de regressão mostra que o maior tercil de consumo de AUP foi associado positivamente com níveis de triglicerídeos e dislipidemia e inversamente com HDL-c, tanto nos dados brutos, como após o ajuste. Conclusão: Os AUP influenciam negativamente a alimentação de adolescentes, promovendo uma piora no perfil nutricional da dieta e ainda contribuem para alterações indesejáveis nos parâmetros lipídicos dessa população. ABSTRACT: Introduction: the high consumption of ultraprocessed foods (UPF) is associated with worsening in the nutritional indicators of the diet of individuals, leading to changes in lipid levels, consequently, dyslipidemia. Objective: to analyze the association between the consumption of ultraprocessed foods and lipid parameters in adolescents. Methodology: a cross-sectional study carried out with high school adolescents of the state and private public network of Teresina-PI. Sampling was stratified proportional to the sex and age of the adolescents. Food consumption was analyzed through a 24 hour food recall, with replication in 40% of the sample. UPF were identified according to the NOVA classification of foods. The concentrations of total cholesterol, HDL-c, and triglycerides were determined by enzymatic colorimetry, whereas the LDL-c fraction was estimated by formula. The Stundent or Mann-Whitney t test was used for comparison of means and linear regression to evaluate the associations between lipid parameters and UPF consumption. The level of significance was set at p <0.05. Results: UPF consumption was more frequent among female adolescents, with a family income above two minimum wages and private school students. Individuals in the highest tertile of UPF consumption had higher energy intake and sodium, while protein and dietary fiber intake were significantly lower when compared to the first tertile of consumption. The regression analysis showed that the highest tertile of UPF consumption was positively associated with triglyceride and dyslipidemia levels and inversely with HDL-c, both in the raw data and after adjustment. Conclusion: UPF negatively influences the feeding of adolescents, promoting a deterioration in the nutritional profile of the diet and also contribute to undesirable alterations in the lipid parameters of this population.