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RESUMO: Introdução: o adoecimento mental entre trabalhadores tem se configurado como a terceira causa de afastamento do trabalho. A Organização Mundial da Saúde prevê que em 2020 a depressão seja a segunda causa de afastamentos laborais por doença no mundo. Objetivo: analisar a ocorrência de afastamentos das atividades laborais motivados pela depressão. Método: estudo transversal, analítico, com coleta retrospectiva, realizado na sede do Instituto Nacional do Seguro Social do município de Teresina – Piauí, com os dados de 2267 trabalhadores afastados por depressão no recorte temporal de 2010 a 2015. A coleta de dados ocorreu no período de março a maio de 2017, fez-se uso de formulário construído com base nas variáveis presentes no Sistema Único de Informações de Benefícios. Utilizou-se para as análises o software Statistical Package for the Social Science versão 20.0 e o software R versão 3.2.5. Foram realizadas análises descritivas (frequências, medidas de tendência central e de dispersão), bivariadas (teste qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher) e multivariadas (regressão logística). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí com o parecer nº 1.827.564. Resultados: entre os 2267 trabalhadores afastados, houve predomínio de indivíduos do sexo feminino (63,6%), com idade igual ou superior a 50 anos (44,2%), procedentes da capital do Piauí (47,9%), com renda variando de um a dois salários mínimos (77,1%), com procedência de origem urbana (80,9%) e com único afastamento (80,9%). Os afastamentos únicos foram motivados por episódio depressivo leve (24,5%), e o benefício concedido para a expressiva maioria foi o auxílio-doença previdenciário (94,3%). Entre os trabalhadores que se afastaram mais de uma vez (19,1%), a principal causa foi o transtorno depressivo recorrente, episódio atual leve (21,9% para o primeiro afastamento, 27,6% para o segundo, 32,4% para o terceiro, 35,3% para o quarto); e quanto ao benefício também predominou o auxílio-doença previdenciário (95,2% para o primeiro afastamento, 68,2% para o segundo, 62,9% para o terceiro, 52,9% para o quarto e no quinto afastamento, 66,7%). Destaca-se que houve associação estatisticamente significante entre o tempo total de afastamento (<60 dias e ≥60 dias) com a faixa etária, a renda e a clientela; bem como com os subtipos de depressão: episódio depressivo leve; episódio depressivo grave com sintomas psicóticos; transtorno depressivo recorrente, episódio atual leve e transtorno depressivo recorrente, episódio atual grave com sintomas psicóticos. Conclusão: considera-se que a presente pesquisa pode ampliar o conhecimento acerca dos afastamentos por depressão, bem como se acredita que os dados apresentados serão importantes para contribuir com a implementação de ações voltadas à saúde mental dos trabalhadores. Recomenda-se, no entanto, que outros estudos sejam realizados utilizando-se de variáveis importantes à caracterização do ambiente de trabalho para a determinação de outros fatores preditores ao desenvolvimento da depressão. ABSTRACT: Introduction: mental illness among workers has become the third cause of sick leave from work. The World Health Organization predicts that by 2020, depression will be the second cause of sick leave in the world. Objective: to analyze the occurrence of departures from work activities motivated by depression. Method: a cross-sectional, analytical study with retrospective data collection, carried out at the headquarters of the National Institute of Social Security of the city of Teresina - Piauí, with the data of 2267 workers on sick leave due to depression in the time cut from 2010 to 2015. Data collection took place in the period from March through May 2017, a form was built based on the variables present in the Single Welfare Information System. The Statistical Package for the Social Science software, version 20.0 and the R software, version 3.2.5 were used for the analyses. Descriptive analyses (frequencies, central tendency and dispersion measures), bivariate analyses (Pearson chi-square test and Fisher's exact test) and multivariate analyses (logistic regression) were performed. The study was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Piauí with opinion nº 1.827.564. Results: among the 2267 workers on leave, there was a predominance of female individuals (63.6%), aged 50 years or older (44.2%), from the capital of Piauí (47.9%), with income varying from 1 to 2 minimum wages (77.1%), with urban origin (80.9%) and with a single sick leave (80.9%). The single sick leaves were motivated by mild depressive episodes (24.5%), and the benefit granted to the expressive majority was social security sickness (94.3%). Among workers who moved away more than once (19.1%), the main cause was recurrent depressive disorder, current mild episode (21.9% for the first leave, 27.6% for the second, 32.4% % for the third, 35.3% for the fourth); in relation to the benefit, there was a predominance of disability and illness welfare (95.2% for the first leave, 68.2% for the second, 62.9% for the third, 52.9% for the fourth and 66.7% for the fifth). It should be noted that there was a statistically significant association among the total time of leave (<60 days and ≥60 days) with age, income and clientele; as well as with the subtypes of depression: mild depressive episode; severe depressive episode with psychotic symptoms; recurrent depressive disorder, mild current episode and recurrent depressive disorder, severe current episode with psychotic symptoms. Conclusion: it is considered that this research can increase the knowledge about sick leave due to depression, and it is believed that the presented data will be important to contribute to the implementation of actions directed at the mental health of the workers. It is recommended, however, that other studies be performed using important variables to the characterization of the work environment for the determination of other factors predictive of the development of depression. RESUMEN: Introducción: la enfermedad mental entre trabajadores se tiene configurado como la tercera causa del alejamiento del trabajo. La Organización Mundial de la Salud prevé que en 2020 la depresión sea la segunda causa de los alejamientos laborales por enfermedad en el mundo. Objetivo: analizar la ocurrencia de alejamientos de las actividades laborales motivadas por la depresión. Método: estudio transversal, analítico, con recolección retrospectiva, realizado en el Instituto Nacional de la Seguridad Social del Municipio de Teresina – Piauí, con los datos de 2267 trabajadores alejados por depresión en un recorte temporal de 2010 a 2015. La recolección de datos ocurrió en el período de marzo a mayo de 2017, se hizo uso de formulario construido sobre la base de las variables presentes en el Sistema Único de Información de Beneficios. Se utilizó para los análisis el software Statistical Package for the Social Science versión 20.0 y el software R versión 3.2.5. Se realizaron análisis descriptivos (frecuencias, medidas de tendencia central y de dispersión), bivaridades (prueba chi-cuadrada de Pearson y prueba exacta de Fisher) y multivariadas (regresión logística). El estudio fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación de la Universidad Federal de Piauí con el dictamen nº 1.827.564. Resultados: entre los 2267 trabajadores alejados, hubo predominio de individuos del sexo femenino (63,6%), con edad igual o superior a 50 años (44,2%), procedentes de la capital de Piauí (47,9%), con un promedio de 1 a 2 salarios mínimos (77,1%), con procedencia de origen urbano (80,9%) y con único alejamiento (80,9%). Los alejamientos únicos fueron motivados por episodio depresivo leve (24,5%), y el beneficio concedido para la expresiva mayoría fue el auxilio-enfermedad previsional (94,3%). Entre los trabajadores que se alejaron más de una vez (19,1%), la principal causa fue el trastorno depresivo recurrente, episodio actual leve (21,9% para el primer alejamiento, el 27,6% para el segundo, 32,4 % para el tercero, 35,3% para el cuarto); y en cuanto al beneficio también predominó la ayuda-enfermedad previsional (95,2% para el primer alejamiento, 68,2% para el segundo, 62,9% para el tercero, 52,9% para el cuarto y en el quinto alejamiento, 66 , 7%). Se destaca que hubo asociación estadísticamente significativa entre el tiempo total de alejamiento (<60 días y ≥60 días) con el grupo de edad, la renta y la clientela; así como con los subtipos de depresión: episodio depresivo leve; episodio depresivo grave con síntomas psicóticos; trastorno depresivo recurrente, episodio actual leve y trastorno depresivo recurrente, episodio actual grave con síntomas psicóticos. Conclusión: se considera que la presente investigación puede ampliar el conocimiento acerca de los alejamientos por depresión, así como se cree que los datos presentados serán importantes para contribuir con la implementación de acciones dirigidas a la salud mental de los trabajadores. |
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