SAÚDE E EDUCAÇÃO EM FOCO: o currículo como instrumento de promoção da saúde

Abstract

RESUMO: A educação tem sido apontada como um dos fatores determinantes da saúde. Nessa discussão a escola é compreendida como lugar ideal para a promoção da saúde. Contudo, para que a escola seja lócus de promoção da saúde é imprescindível que o currículo propicie ações que desenvolvam positivamente a compreensão de saúde, como também, afirme a necessidade de promovê-la. OBJETIVO: Analisar o currículo do ensino médio de escolas públicas e privadas em seu papel de promoção da saúde. METODOLOGIA: Estudo transversal realizado em 24 escolas de ensino médio das redes pública e privada de Teresina-PI. A coleta de dados ocorreu de abril a dezembro de 2016, por meio de questionários pré-testados, um utilizado para análise dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) e outro aplicado junto aos docentes. A análise dos dados ocorreu no software SPSS, versão 17,0 para Windows. Para verificar diferença estatística entre variáveis o teste do qui-quadrado de Pearson foi utilizado. RESULTADOS: A análise dos projetos políticos-pedagógicos apresentou maioria das respostas negativa para: abordagem de ambiente saudável que favoreça a aprendizagem (83,4%); ênfase no conceito de saúde interagindo com aspectos físicos, psíquicos, socioculturais e ambientais (70,8%); conteúdos de saúde presentes nas diferentes áreas da organização curricular (91,7%); referência a serviços de saúde voltados para o educando e inter-relações com outros setores que desenvolvam ações de promoção da saúde (100%); ações que desenvolvam a promoção da saúde, assim como, da participação dos educadores na elaboração do projeto pedagógico para a saúde (79,2%). Foram frequentes docentes com características de: ter conhecimento sobre o que é promoção da saúde (88,7%); considerar a escola um espaço ideal para promoção da saúde (91,9%); considerar importante a educação para a promoção da saúde (99,7%); sentirem-se responsáveis em educar para a saúde (82,2%); não se sentir habilitado a educar os alunos para a promoção da saúde (69,8%). CONCLUSÃO: Evidenciou que o currículo do ensino médio não aborda a promoção da saúde de forma estruturada e sistemática. Ações intersetoriais e formação profissional precisam ser repensadas. São necessárias ações que fomentem a discussão do currículo escolar que possa efetivamente contribuir para a promoção da saúde. ABSTRACT: Education has been identified as one of the determinants of health. In this discussion the school is understood as an ideal place for the promotion of health. However, in order for the school to be a locus of health promotion, it is imperative for the curriculum to focus on actions that positively develop the understanding of health, but also to affirm the need to promote it. OBJECTIVE: To analyze the secondary curriculum of public and private schools in their role of health promotion. METHODS: Cross-sectional study carried out in 24 high schools of the public and private networks of Teresina-PI. The data collection took place from April to December 2016 through pre-tested questionnaires, one used to analyze Political Educational Projects (PPPs) and another one applied to teachers. Data analysis was performed in SPSS software, version 17.0 for Windows. In order to verify statistical difference among variables, the Pearson’S chi-square test was used. RESULTS: The analysis of the political-pedagogical projects presented most of the negative responses to: a healthy environment approach that favors learning (83.4%); Emphasis on the concept of health interacting with physical, psychic, socio-cultural and environmental aspects (70.8%); Health contents present in the different areas of the curricular organization (91.7%); Reference to health services aimed at the student and interrelationships with other sectors that develop health promotion actions (100%); Actions that promote health promotion, as well as the participation of educators in the elaboration of the pedagogical project for health (79.2%). Teachers with characteristics of: having knowledge about health promotion (88.7%) were frequent; Consider the school an ideal space for health promotion (91.9%); Consider education for health promotion important (99.7%); Feel responsible for health education (82.2%); Not feel empowered to educate students for health promotion (69.8%). CONCLUSION: He pointed out that the high school curriculum does not address health promotion in a structured and systematic way. Intersectoral actions and professional training need to be rethought. Actions are needed that encourage discussion of the school curriculum that can effectively contribute to health promotion.