Abstract:
RESUMO: O presente estudo teve como objetivo avaliar a anemia ferropriva, adequação do estado nutricional e do consumo alimentar de adolescentes da rede pública e privada de ensino. A população estudada foi adolescentes de 14-19 anos de instituições públicas e privadas da cidade de Teresina-PI. Foram coletados dados sociodemográficos, analisado anemia por dosagem de hemoglobina, estado nutricional utilizando IMC/Idade e avaliação do consumo utilizando o Recordatório 24h. Foram investigados 674 adolescentes, a prevalência da anemia foi moderada com 23,9%, a maioria nas públicas (65,0%) e 35,0% de instituições privadas. Quanto ao estado nutricional 71,5% apresentavam-se eutróficos, seguido de excesso de peso e obesidade (20%) e com magreza (10,1%). Nas duas instituições, pública e privada, a maioria dos anêmicos eram eutróficos, seguidos de excesso de peso com 9,8 e 17,9% respectivamente, e menor prevalência de anêmicos com magreza em ambas as instituições, portanto não foi verificado influência do estado nutricional sobre a prevalência de anemia. Foi verificado que o consumo de bebidas açucaradas (60,09%) foi maior do que o de frutas (45,10%) e hortaliças (35,76%), sugerindo uma alimentação de baixa qualidade nutricional. Na avaliação quantitativa verificou-se inadequação para ambos os sexos e instituições para fibras alimentares e os micronutrientes Ca, P, Mg, K e Vitamina A. Em relação ao consumo de proteínas foi inadequado somente de anêmicos, em ambos os sexos e instituições. Para ferro os meninos de ambas as instituições não atingiram a adequação, já as meninas, anêmicas e não anêmicas não atingiram a recomendação de ferro em ambas as instituições. Entre as instituições de ensino não houve diferença estatisticamente significativa no consumo de proteínas e de ferro. Para vitamina A os anêmicos do sexo masculino apresentaram consumo de 351,8a e 508,2REb e não anêmicos de 416,3a e 853,8REb em escolas públicas e privadas respectivamente, com consumo inadequado em todos dos grupos citados. Já o consumo de vitamina A, para meninas anêmicas foi de 606,7a e 775,6REb, e não anêmicas 482,1a e 1187,5REb, em que somente meninas de instituições públicas não atingiram a recomendação, apresentando diferença estatisticamente significativa entre as instituições de ensino. Já para vitamina C meninos anêmicos consumiram 70,45ª, 131,7mgb, enquanto que as meninas consumiram, 47,08ª e 69,29mgb, em instituições públicas e privadas respectivamente, em que somente anêmicos de instituições públicas não atingiram a recomendação, apresentando diferença estatisticamente significativa entre as instituições. Não houve influência do estado nutricional na prevalência de anemia verificada nos escolares, porém houve uma inadequação no consumo de alimentos fontes e facilitadores da absorção de ferro, particularmente nos adolescentes da rede pública de ensino e do sexo feminino. ABSTRACT: The present study aimed to evaluate iron deficiency anemia, nutritional status adequacy and food intake of adolescents in the public and private schools. The studied population was adolescents aged 14-19 years of public and private institutions in the city of Teresina-PI. Sociodemographic data were collected, anemia was analyzed by hemoglobin dosage, nutritional status using BMI / Age and consumption evaluation using the 24h Reminder. A total of 674 adolescents were investigated. The prevalence of anemia was moderate with 23,9%, most of them in public (65,0%) and 35,0% in private institutions. As for nutritional status, 71,5% were eutrophic, followed by overweight and obesity (20%) and thinness (10,1%). In the two institutions, public and private, the majority of anemic patients were eutrophic, followed by overweight with 9,8 and 17,9% respectively, and lower prevalence of anemic patients with thinness in both institutions; therefore no influence of nutritional status on the prevalence of anemia was verified. It was verified that the consumption of sugary beverages (60,09%) was higher than that of fruit (45,10%) and vegetables (35,76%), suggesting a poor nutritional quality. In the quantitative evaluation it was verified inadequacy for both sexes and institutions for dietary fibers and the micronutrients Ca, P, Mg, K and Vitamin A. Regarding protein consumption, it was inadequate only for anemia in both sexes and institutions. For iron boys from both institutions did not reach adequacy, while girls, anemic and not anemic, did not reach the iron recommendation in both institutions. Among the educational institutions there was no statistically significant difference in protein and iron consumption. For vitamin A, male anemia presented consumption of 351,8a and 508,2REb and not anemic of 416,3a and 853,8REb in public and private schools respectively, with inadequate consumption in all of the groups mentioned. The consumption of vitamin A for anemic girls was 606,7a and 775,6REb, and not anemic 482,1a and 1187,5REb, in which only girls from public institutions did not reach the recommendation, presenting a statistically significant difference between the institutions education. For vitamin C, anemic boys consumed 70,45ª, 131,7mgb , while the girls consumed, 47,08 and 69,29mgb , in public and private institutions respectively, in which only anemic patients from public institutions did not reach the recommendation, presenting a difference between institutions. There was no influence of nutritional status on the prevalence of anemia among schoolchildren, but there was an inadequate intake of food sources and facilitators of iron absorption, particularly in adolescents in the public school system and female.