Abstract:
RESUMO: Muitas são as mulheres que negligenciam as ações de prevenção do câncer do colo do útero e não realizam exames de rastreamento de rotina, o que pode ser um contribuinte para o aumento de casos da doença. A utilização de tecnologias com conteúdo validado promove a prevenção e se apresenta como uma ferramenta potencial para incentivar as mulheres nessa prática. Objetivo: Avaliar a utilização de tecnologia, produzida para a promoção da prevenção do câncer de colo do útero. Método: Este estudo foi desenvolvido em duas etapas, no período de julho a dezembro de 2016; delineamento metodológico, com amostra de nove mulheres para análise semântica e sete juízes para análise de conteúdo; e desenho comparativo-descritivo, com intervenção educativa numa amostra de 246 mulheres na faixa etária entre 25 a 64 anos, que já tenha iniciado vida sexual, que nunca realizou o Papanicolaou ou que esteja há mais de três anos sem realizar o exame. Foram utilizados instrumentos de caracterização e avaliação. Foram calculadas estatísticas uni e bivariadas, utilizando-se o software IBM® SPSS®, ao nível de significância de 5%. Resultados: Foi produzida a Agenda para Prevenção do Câncer do Colo do Útero, validada de conteúdo com 100% de concordância pelos juízes, a qual foi aplicada às mulheres que atenderam aos critérios de inclusão do estudo. A média de idade foi de 46,2 anos, a maioria casada ou em união estável, de cor parda, com ensino fundamental incompleto, trabalhavam em casa e possuíam renda de até um salário mínimo. As maiores dificuldades relatadas pelas mulheres para a realização do exame foram: falta de interesse (36,6%), vergonha (23,5%) e medo do resultado (12,5%). Antes da intervenção educativa, 80,5% mulheres haviam realizado o exame previamente; destas, 64,63% realizaram novamente após a intervenção. Dentre 19,5% das que nunca haviam realizado, 11,4% realizaram após a intervenção. Antes da intervenção, 51,4% das mulheres referiram a prevenção do câncer de colo do útero, 15,5% a prevenção de doenças e 7,2% indicaram a descoberta de doenças como finalidade do exame; 19,3% não souberam informar. Após a intervenção, o número de mulheres que referiram a prevenção do colo do útero aumentou em 47,5%. No que se refere à frequência de realização do exame, as principais respostas foram anualmente (58,0%) e semestralmente (20,4%). Depois da intervenção, mais 13,8% informaram a frequência anual e 28,2% informaram o período correto. Conclusão: A utilização de uma tecnologia leve-dura, aplicada mediante intervenção educativa, para auxiliar na promoção da prevenção do câncer do colo do útero foi efetiva na adesão dessas mulheres à realização do exame Papanicolau, demonstrando ser uma ferramenta importante para atrair e estimular a prática do rastreio do câncer cervical. Espera-se que esse estudo possa estimular profissionais de saúde a produzirem materiais válidos que contribuam para uma maior adesão ao exame Papanicolau e, consequentemente, para ajudar a minimizar a incidência e mortalidade por essa doença. ABSTRACT: Many are women who overlook cervical cancer prevention actions and do not perform routine tracing exams, which can be a contributor to the increase in illness cases. The use of validated-content technologies promotes prevention and presents itself as a potential tool to encourage women in this practice. Objective: To evaluate the use of technology, produced for promoting cervical cancer prevention. Method: This study was developed in two stages, from July to December, 2016; methodological design, with nine women for semantic analysis and seven judges for content analysis; and comparative-descriptive design, with educational intervention in a sample of 246 women in the age group between 25 and 64 years old, who has already begun sexual life, who has never performed the Papanicolaou or who has not performed the test for more than three years. Instruments of characterization and evaluation were used. Univariate and bivariate statistics were calculated using the IBM® SPSS® software, at a significance level of 5%. Results: The Agenda for the Prevention of Cervical Cancer was produced, validated with 100% concordance by the judges, which was applied to women who met the inclusion criteria of the study. The average age was 46.2 years, most married or in a stable union, of brown color, with incomplete elementary education, worked at home and had income of up to a minimum salary. The greatest difficulties reported by the women in the examination were lack of interest (36.6%), shame (23.5%) and fear of the result (12.5%). Before the educational intervention, 80.5% of the women had undergone the examination previously; of these, 64.63% performed again after the intervention. Of the 19.5% of those who had never performed, 11.4% performed after the intervention. Prior to the intervention, 51.4% of women reported cervical cancer prevention, 15.5% disease prevention and 7.2% indicated the discovery of diseases as the purpose of the examination; 19.3% did not know how to report. After the intervention, the number of women who reported cervical prevention increased by 47.5%. Regarding the frequency of the examination, the main answers were annually (58.0%) and semiannually (20.4%). After the intervention, 13.8% reported the annual frequency and 28.2% reported the correct period. Conclusion: The use of a lightweight, applied by educational intervention, to assist in promoting the prevention of cervical cancer was effective in the accession of these women to the realization of the Pap smear, demonstrating being an important tool To attract and stimulate the practice of cervical cancer screening. It is hoped that this study can stimulate health professionals to produce valid materials that contribute to greater adherence to the Pap smear and, consequently, to help minimize the incidence and mortality of this disease.