Abstract:
RESUMO: Trata-se de estudo transversal cujo objetivo foi determinar a prevalência e fatores associados a defeitos de desenvolvimento do esmalte dentário em crianças e adolescentes. A população foi censitária, composta por indivíduos na faixa etária de 3 a 14 anos, residentes na comunidade quilombola Lagoas, localizada na região sul do estado do Piauí. Os pais/responsáveis responderam a um questionário contendo dados socioeconômicos e demográficos, histórico de agravos durante a gravidez e infância e exame clínico dentário aplicando o Índice de Defeitos de Desenvolvimento do Esmalte (DDE) modificado. Os critérios diagnósticos para DDE incluíram hipoplasia, opacidades ou combinação entre os dois tipos de defeitos. Não foram incluídos no estudo indivíduos que apresentavam fluorose em graus moderado ou severo, amelogênese imperfeita ou usavam aparelho ortodôntico fixo, condições que dificultam diagnóstico de DDE. Foram realizadas análises descritivas, testes de associações (Qui-quadrado) e regressão logística, ao nível de significância de 5%. Foram examinados 406 crianças e adolescentes. A prevalência de DDE foi de 80,5%, sendo mais prevalentes as opacidades demarcadas tanto na dentição decídua (20,4%) quanto na dentição permanente (23,9%). Os fatores associados a DDE foram, maior idade da criança (RP=1,09; IC95%=1,01–
1,17), diabetes na gravidez (RP=1,12;IC95%=1,05–1,20) uso de antibiótico na gravidez (RP=1,144; IC95%=1,07–1,22), desproporção céfalo-pélvica (RP=1,07; IC95%=1,02–1,11) e desnutrição durante a primeira infância (RP=1,12; IC95%=1,03–1,22). A prevalência de defeitos de esmalte foi alta em comparação com a literatura. ABSTRACT: