Abstract:
RESUMO: Este estudo transversal teve por objetivo avaliar a prevalência e severidade de cárie dentária e fluorose em adultos jovens residentes em bairros abastecidos ou não com água fluoretada de Teresina, Piauí, Brasil. A população deste estudo foi constituída por estudantes de escolas públicas na faixa etária entre 17 e 21 anos de bairros abastecidos (grupo exposto - GE) ou não (grupo não exposto - GN) de água fluoretada. Questionário com perguntas relativas a aspectos sociodemográficos, condições e autopercepção em saúde bucal foi aplicado. O exame foi realizado nas dependências das escolas, por uma examinadora previamente calibrada ( kappa= 0,92 para cárie e kappa=0,87 para fluorose). A cárie dentária foi mensurada pelo índice CPOD e a fluorose dentária pelo Índice Thylstrup-Ferjeskov. Também foi determinada a necessidade de utilização de prótese. Para a verificação da existência da associação das variáveis dependentes (cárie e fluorose) com as variáveis independentes foram aplicados os testes Qui-quadrado e o Teste T, com nível de significância de 5%. Na análise multivariada utilizaram-se as variáveis cuja associação tiveram valor p< 0,20 na análise bivariada. Participaram do estudo 660 estudantes. Foi observada maior prevalência (GN=81,2% e GE=68,3% - p<0,001) e severidade de cárie dentária (CPOD médio - GE=2,48 e GN=3,83 p<0,001) no grupo não exposto, respectivamente. Observou-se que a não fluoretação da água foi associada à experiência de cárie positiva (OR= 2,01; IC95%=1,35-2,99). Observou-se associação entre consumo de água fluoretada e a presença de fluorose muito leve/leve (OR=2,26; IC95%=1,54-3,32) e moderada (OR=3,66; IC95%=1,93-6,95). Conclui-se que mesmo com a utilização de dentifrício fluoretado a prevalência e severidade de cárie dentária foram maiores nos indivíduos não expostos à fluoretação da água. Observou-se, ainda, associação entre fluoretação da água e maior prevalência de fluorose muito leve, leve e moderada. Os não expostos à água fluoretada apresentaram maior perda dentária.