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RESUMO: Objetivou-se analisar o comportamento de condutores de motocicletas envolvidos em acidentes de trânsito. Estudo transversal desenvolvido em um hospital de urgência de uma capital do Nordeste do Brasil, com 360 condutores de motocicletas, entrevistados com aplicação da Escala do Comportamento no Trânsito para Motociclistas, de dezembro de 2016 a abril de 2017. Os dados foram codificados e analisados no software Statistical Package for Social Sciences 21.0. Realizou-se estatísticas descritivas e análise fatorial por meio de componentes principais. Para as variáveis quantitativas, foi aplicado o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, como os dados não apresentavam distribuição normal, utilizou-se os testes estatísticos não-paramétricos: U de Mann Whitney e Kruskal Wallis, com nível de significância fixado em p ≤ 0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob parecer 1.806.555. As características sociodemográficas e das condições relacionadas a condução da motocicleta, mostraram média de idade de 35,5 anos, 56,4% na faixa etária de 30 a 59 anos, 90% do sexo masculino, pardos (63,3%), solteiros (44,2%), com ensino fundamental (45%), 39,4% exerciam trabalho autônomo. Quanto ao uso da motocicleta, 61,1%, não possuíam carteira de habilitação, 77,2% tinham motocicleta própria, com mais de 10 anos de condução (39,2%), não faziam uso de álcool no momento do acidente (75,6%), 63,6% usavam equipamentos de proteção. As lesões de maior prevalência, foram as fraturas de perna (37,5%). Os equipamentos de proteção utilizados foram a luz baixa (78,1%) e outros equipamentos (74,2%). Nos 13 fatores identificados, os comportamentos mais recorrentes, foram: nível de atenção; domínio da motocicleta; erros no trânsito e erros não previsíveis. Ao relacionar, as características e comportamentos identificados, observou-se que quanto menor a faixa etária dos motociclistas e com estado civil solteiro, apresentavam maior prevalência de comportamentos de risco no trânsito, assim como, os condutores com menos de quatro anos de condução, que usaram álcool no momento do acidente, motociclistas profissionais e que tiveram lesões na cabeça e membros inferiores, como regiões mais acometidas no acidente. Os motociclista de cor branca, de baixa escolaridade, sem vínculo empregatício ou trabalhando remunerado sem carteira, com renda menor que um salário mínimo e sem renda, habilitados ou com Carteira Nacional de Habilitação em andamento, que possuíam motocicletas com até 115cc, em uso de equipamentos de proteção no momento do acidente, e que acidentaram-se de segunda a quinta-feira, tiveram melhor comportamento no trânsito. Neste contexto, o estudo poderá contribuir para o planejamento e implementação de ações educativas no trânsito, por evidenciar os comportamentos de riscos mais frequentes, bem como as principais características a eles associadas. --------------------------- ABSTRACT
This study aimed to analyze the behavior of motorcycle drivers involved in traffic road accidents. A cross-sectional study was carried out in an emergency hospital, in a capital city of Northeastern Brazil, with 360 motorcycle drivers who were interviewed through the application of a driver behavior in traffic questionnaire for motorcyclists in the period from December 2016 to April 2017. The data were coded and analyzed in the software Statistical Package for Social Sciences 21.0. Descriptive statistics and factorial analysis were performed by means of principal components. For quantitative variables, it was applied the normality test of Kolmogorov-Smirnov. As the data were not normally distributed, it was used the statistical non-parametric tests: Mann-Whitney U and Kruskal-Wallis, with fixed significance at p ≤ 0.05. The study was approved by the Committee of Ethics and Research of the Federal University of Piauí under opinion number 1,806,555. The sociodemographic characteristics and the ones related to conditions for motorcycle driving showed that the average age was 35.5 years old, with 56.4% in the age group between 30 and 59 years old, where 90% were men, brown-skinned (63.3%), single (44.2%), with elementary school (45%), 39.4% worked as self-employed professionals. Regarding the use of the motorcycle, 61.1%, did not have a driver's license, 77.2% had their own motorcycle, with more than 10 years of driving (39.2%), 75.6% did not use alcohol at the time of the crash, and 63.6% used protective equipment. The most prevalent injuries were lower leg fractures (37.5%). The protective equipment mostly used were low light (78.1%) followed by “other equipment” (74.2%). From the 13 identified factors, the most recurrent behaviors were: level of attention; motorcycle domain; errors in traffic; and unforeseen errors. When analyzing the relationships of the identified characteristics and behaviors, it was observed that the lower the age range of motorcyclists, and with single marital status, the higher the prevalence of risk behaviors in traffic, as well as the drivers with less than four years of driving, who used alcohol at the time of the accident, professional motorcyclists and who had injuries in the head and lower limbs, as the body regions more affected in the accident. The white motorcyclists, with a low level of schooling, without employment bond or in a paid job without a portfolio, with income less than minimum wage or without income, qualified with the Brazilian National Driver's License, but underway, which had motorcycles with up to 115cc, using protective equipment at the time of the accident, and who were injured between Monday and Thursday, showed a better behavior in traffic. In this context, the study could contribute to the planning and implementation of educative actions in traffic, by highlighting the most frequent risk behaviors, as well as the major associated features.------------------------------RESUMEN
Se objetivó analizar el comportamiento de los conductores de motocicletas involucrados en accidentes de tránsito. Estudio transversal desarrollado en un hospital de urgencia de una capital del Nordeste de Brasil, con 360 conductores de motocicletas, entrevistados con aplicación de la Escala del Comportamiento en el Tráfico para Motociclistas, de diciembre de 2016 hasta abril de 2017. Los datos fueron codificados y analizados en el software Statistical Package for Social Sciences 21.0. Se realizaron estadísticas descriptivas, análisis factorial por medio de componentes principales. Para las variables cuantitativas, se aplicó la prueba de normalidad de Kolmogorov-Smirnov, como los datos no presentaban distribución normal, se utilizaron las pruebas estadísticas no paramétricas: U de Mann Whitney y Kruskal Wallis, con un nivel de significancia fijado en p ≤ 0,05. El estudio fue aprobado por el Comité de Ética e Investigación de la Universidad Federal de Piauí, bajo el parecer 1.806.555. Las características sociodemográficas y de las condiciones relacionadas con la conducción de motocicleta, mostraron media de edad de 35,5 años, 56,4% en el grupo de edad de 30 a 59 años, 90% del sexo masculino, pardos (63,3%), solteros (44,2%), con enseñanza primaria (45%), el 39,4% ejercían trabajo autónomo. Cuanto al uso de la motocicleta, 61,1%, no poseían carnet de habilitación, 77,2% tenían motocicleta propia, con más de 10 años de conducción (39,2%), no hacían uso de alcohol en el momento del accidente (75,6%), 63,6% usaban equipos de protección. Las lesiones de mayor prevalencia, fueron las fracturas de pierna (37,5%). Los equipos de protección utilizados fueron la luz baja (78,1%) y otros equipamientos (74,2%). En los 13 factores identificados, los comportamientos más recurrentes, fueron: nivel de atención; dominio de la motocicleta; errores en el tráfico y errores no previsibles. Al relacionar, las características y comportamientos identificados, se observó que cuanto menor la franja etaria de los motociclistas y con estado civil soltero, presentaban mayor prevalencia de comportamientos de riesgo en el tránsito, así como los conductores con menos de cuatro años de conducción, que utilizaron alcohol en el momento del accidente, motociclistas profesionales y que tuvieron lesiones en la cabeza y miembros inferiores, como regiones más acometidas en el accidente. Los motociclistas de color blanco, de baja escolaridad, sin vínculo laboral o trabajando remunerado sin cartera, con renta menor que un salario mínimo y sin renta, habilitados o con Carnet Nacional de Habilitación en curso, que poseían motocicletas con hasta 115cc, equipos de protección en el momento del accidente, y que se accidentaron de lunes a jueves, tuvieron mejor comportamiento en el tránsito. En este contexto, el estudio puede contribuir para la planificación y implementación de acciones educativas en el tránsito, por evidenciar los comportamientos de riesgos más frecuentes, así como las principales características a ellos asociadas. |
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