Abstract:
RESUMO: A violência contra as mulheres constitui fenômeno cercado pelo silêncio, apresenta- se de forma multifacetada e muitas vezes, inicia-se na infância. As mulheres que a vivenciam apresentam mais problemas de saúde, que vão desde lesões físicas até aquelas relacionadas aos aspectos psicoemocionais, além do impacto sobre a economia. Os objetivos da pesquisa são discutir saberes de mulheres sobre violência contra a mulher pelo parceiro íntimo e analisar atitudes de mulheres frente a suspeita ou confirmação de violência contra a mulher pelo parceiro íntimo. Trata- se de um estudo de natureza qualitativa e a técnica de coleta de dados foi o grupo focal. Foram realizados dois grupos focais nos dias 12 e 18 de novembro de 2015 cada um com duração de 1 hora numa sala de aula da UFPI e, no total participaram 18 mulheres assistidas pela estratégia saúde da família do bairro Planalto Ininga que foram abordadas na consulta de enfermagem. Durante a produção dos dados, as falas das participantes foram gravadas e transcritas posteriormente. Para a análise, foi utilizado o método da Análise de Conteúdo e as falas foram agrupadas em categorias e analisadas à luz do referencial sobre a temática. Os resultados mostram que foram levantadas as seguintes categorias: Saberes relacionados à violência contra a mulher com as subcategorias sentimento de posse em associação com a violência sexual e subterfúgio para o ato de violência contra a mulher; Atitude de cumplicidade da violência e Atitude de empoderamento da mulher. Conclui-se que as mulheres reconhecem os sinais da violência contra a mulher pelo parceiro íntimo, têm pouca atitude e se tornam também silenciosas diante dessa situação. O homem continua a exigir posse e direitos sobre o corpo da sua companheira, muitas vezes utilizando-se do álcool, da força física e de ameaças, o que faz com que as vítimas, familiares e vizinhos não interfiram e sintam medo. As participantes desconhecem os órgãos e serviços pertencentes à rede de proteção à mulher e, a Lei Maria da Penha, constitui o único recurso que elas afirmam conhecerem. Algumas mulheres destacaram estratégias de enfrentamento que resgatem o empoderamento feminino, como buscar apoio nos familiares e/ou autoridades e participar de atividades de promoção e prevenção da violência, palestras, grupos para discussão da temática, entre outras. Para isso, é necessário o aprimoramento das políticas voltadas para as mulheres em situação de violência e o estabelecimento de uma rede de serviços articulada com assistência humanizada, eficaz e de qualidade,
profissionais de saúde treinados e preparados para lidar com a questão e formação de grupos nas próprias comunidades para que as mulheres que a vivenciam possam tornar-se mais empoderadas e responsáveis pela sua saúde e da sua família. ABSTRACT: Violence against women is phenomenon surrounded by silence, it is presented in a multifaceted way and often starts in childhood. Women who experience have more health problems, ranging from physical injury to those related to psycho-emotional aspects and the impact on the economy. The research objectives are to discuss women's knowledge about violence against women by an intimate partner and analyze attitudes towards women suspected or confirmed of violence against women by an intimate partner. This is a qualitative study and data collection technique was the focus group. Two focus groups were held on 12 and 18 November 2015 each lasting 1 hour in a classroom UFPI and in total participated 18 women attended the health strategy of the Ininga Plateau neighborhood family that were addressed in the consultation nursing. During production of the data, the testimonies of the participants were recorded and later transcribed. For the analysis, the method of content analysis was used and the lines were grouped into categories and analyzed in the light of reference on the subject. The results show that the following categories were raised: Knowledge related to violence against women with the sub sense of ownership in combination with sexual violence and subterfuge for the act of violence against women; Attitude of complicity in violence and women's empowerment attitude. The conclusion is that women recognize the signs of violence against women by an intimate partner, has little attitude and become too silent in this situation. The man continues to demand ownership and rights to the body of his companion, often using alcohol, physical force and threats, which makes the victims, family and neighbors do not interfere and feel fear. The participants are unaware of the organs and services belonging to the woman protection network and the Maria da Penha Law, is the only resource they claim to know. Some women highlighted coping strategies that rescue female empowerment, how to seek support in family and / or authorities and participate in the promotion and prevention of violence, for example lectures, groups for the thematic discussion, among others. For this, the improvement of policies for women in situations of violence and to establish a network of coordinated services with human assistance, effective and quality is necessary, health professionals trained and prepared to deal with the issue and training groups in their own communities for women who experience can become more empowered and responsible for their health and their family.