Abstract:
RESUMO:Esse trabalho teve como objeto de pesquisa a análise do potencial do Trabalho Social com
Famílias na Proteção Social Básica (PSB), desenvolvido no CRAS em Piripiri-PI, verificando
como seus objetivos de autonomia, participação e protagonismo são implementados, se numa
perspectiva de emancipação social ou de forma individualizada pela via da capacidade de
lidar com os problemas que enfrentam de forma independente. Teve como objetivo principal
analisar o acompanhamento familiar rea lizado e seus objetivos de gerar participação e
autonomia das famílias e indivíduos, mediante o desvendamento das direções, sentidos e
alcance dessas expressões e objetivos entre profissionais e usuários dos serviços. A pesquisa
foi de tipo descritiva e analítica, uma vez que se interessou não apenas por descrever os fatos,
mas também em explicá-los. Adotou-se a perspectiva teórico-metodológica marxista, como o
uso do método histórico-dialético de Marx. A partir de uma abordagem qualitativa e de
instrument os de coleta de dados como a entrevista semiestruturada, profissionais e usuários
foram ouvidos e relataram seus posicionamentos. Após transcritos e submetidos a um plano
de análise, esses dados foram categorizados e analisados à luz da discussão teórica d os
principais estudiosos da temática. Os resultados apontam que a Política é contraditória e com
pouca clareza conceitual dos conceitos adotados como objetivos e que em vista ao primeiro
objetivo de potencialização das funções familiares, os demais como autonomia, participação e
protagonismo são mal interpretados e pouco implementados frente aos procedimentos de
trabalho adotado no CRAS em Piripiri. O trabalho tem como principais conclusões: que ainda
é possível identificar resquícios de conservadorismo na Política de Assistência Social
(legislação e modos do fazer profissional); a busca da emancipação social via políticas
públicas constitui-se um desafio, mas que, apesar de todos os entraves provocados pela falta
de capacitação profissional, não mobilização de bagagem teórica adquirida na e pós-formação
profissional, falta de estrutura física, não incentivos profissionais, é possível identificar traços
de mobilização para a participação social e algum grau de protagonismo. Constituindo -se
ainda um desafio por causa das limitações da PNAS o alcance da autonomia, uma vez que o
conceito dessa categoria, principalmente, confunde-se com perspectivas liberalizantes de grau
de não dependência do Estado. Apesar de todos os pontos positivos como o seu caráter
pedagógico, o potencial transformador e a capacidade de alcançar algum tipo de participação
e autonomia social, o Trabalho Social com Famílias, ainda se funda no fortalecimento de
papeis tradicionais atribuídos à família: cuidado, sustento e proteção. Apesar de se constituir
um trabalho embasado em perspectivas ditas emancipatórias, não se instituiu em espaço
privilegiado de discussão e reflexão sobre a realidade e, sim, como fonte de culpabilização
das famílias, por problemas trazidos e engendrados por uma conjunt ura maior, resumido em
não cumprimento de responsabilidades por parte da família ou o ―costume‖ de dependência
do Estado. ABSTRACT: This study aimed at analyzing the potential of Social Work with Families in Basic Social
Protection (PSB), developed at CRAS in Piripiri-PI, verifying how their autonomy,
participation and protagonism objectives are implemented, in a perspective of social
emancipation or in a individualized way by the ability to deal with the problems they face
independently. Its main objective was to analyze the family follow - up and its objectives to
generate participation and autonomy of families and individuals, by unveiling the directions,
meanings and reach of these expressions and objectives among professionals and service
users. The research while its aim was descriptive and analytical, since it interested not only in
describing the facts, but also in explaining them. Marx's theoretical-methodological
perspective was adopted, as Marx's use of the historical-dialectical method. From a qualitative
approach and as instruments of data collection the semi-structured interview, professionals
and users were heard and reported their positions. After transcribed and submitted to an
analysis plan, these data were categorized and analyzed in the light of the theoretical
discussion of the main scholars of the subject. The results point out that the politics is
contradictory and with little conceptual clarity of the concepts adopted as objectives and that
in view of the first objective of empowerment of family functions, the others as autonomy,
participation and protagonism are misinterpreted and little implemented in front of the work
procedures adopted at CRAS in Piripiri. The main conclusions of the study are: that it is still
possible to identify remnants of conservatism in the Social Assistance Policy (legislation and
professional ways of doing things); The search for social emancipation through public
policies is a challenge, but despite all the obstacles caused by the lack of professional training,
the mobilization of theoretical baggage acquired in and the post -vocational training, lack of
physical structure, not professional incentives, it is possible to identify traits of mobilization
for social participation and some degree of protagonism. It is still a challenge because of the
limitations of the PNAS the scope of autonomy, since the concept of this category, mainly, is
confused with liberalizing perspectives of degree of non dependence of the state. Despite all
the positive aspects such as its pedagogical character, transformative potential and the
capacity to achieve some kind of participation and social autonomy, Social Work with
Families is still based on the strengthening of traditional roles attributed to the family: care,
protection. Although it is based on the so -called emancipatory perspectives, it was not
instituted in a privileged space of discussion and reflection on reality, but rather as a source of
blame for families, for problems brought about and generated by a greater conjuncture, but
summarized in non-compliance with responsibilities on the part of the family or the "custom"
of state dependence.