BUSCANDO A INDISCIPLINA SENSORIAL: reflexões antropológicas sobre o Museu do Piauí - Casa de Odilon Nunes.

Abstract

RESUMO: Apresento neste trabalho a composição de uma pesquisa a partir de uma autorreflexão, ou seja, relato meu devir pesquisadora. Caminho entre teorias e experimentações próprias, buscando demostrar as sensações, afetações e atravessamentos vivenciados no Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes. Procurei problematizar se há, e como ocorrem, disciplinas e controles sensoriais na exposição de longa duração do Museu, quer dizer, procurei compreender se a instituição agencia processos disciplinares sobre corpos, coisas e tempos. Em meio a essa problematização me percebi não só como sujeito pesquisadora, mas principalmente como um corpo que sente, que percebe e vivencia atravessamentos e agenciamentos diversos, sendo assim, o meio que encontrei para falar sobre o Museu partiu das sensações e vivências que tive ali. Nesse processo de experimentação e vivência, compreendi que as disciplinas corporais e sensoriais presentes no Museu do Piauí se alinham a outros mecanismos disciplinares de nossas instituições sociais, como: a escola, o exército, o trabalho, a família, o hospital, que têm por objetivo a obtenção de corpos dóceis (FOUCAULT, 2014). Para além disso, também reflito sobre os processos maquínicos, geridos por uma máquina social capitalística (DELEUZE, GUATTARI, 2012a; GUATTARI, ROLNIK, 1996) quer dizer, um sistema social que procura gerir, no status da modernidade ocidental, os processos de subjetivação dos corpos, procurando dessa forma uniformizar e homogeneizar as multiplicidades, diminuir suas potencias e seu poder de diferenciação. Por outro lado, identificar os mecanismos disciplinares e de controle foram fundamentais para perceber como ocorrem as indisciplinas, quer dizer, entender quais táticas são ativadas por aquelas que vivenciam o Museu e procuram construir outros modos de existir e habitar esse espaço institucionalizado. Por fim, apresento uma intervenção com as condutoras e funcionárias do Museu do Piauí, seguindo a perspectiva da análise institucional (LOURAU, 1993), onde procurei trabalhar com as sensibilidades, afetações, memórias e sensações, pois percebi que nesse produzir de afetações, podem surgir outros caminhos e relações mais potentes e felizes. ABSTRACT: Presento en este trabajo la composición de una investigación a partir de una autorreflexión, o sea, relato mi devenir investigadora. Camino entre teorías y experimentaciones propias, buscando demostrar las sensaciones, afectaciones y atravesamientos vivenciados en el Museo do Piauí - Casa de Odilon Nunes. Busqué problematizar si hay, y cómo ocurren, disciplinas y controles sensoriales en la exposición de larga duración del Museo, es decir, busqué comprender si la institución agencia procesos disciplinarios sobre cuerpos, cosas y tiempos. En medio de esa problematización me percibí no sólo como sujeto investigadora, sino principalmente como un cuerpo que siente, que percibe y vivencia atravesamientos y agenciamientos diversos, siendo así, el medio que encontré para hablar acerca del Museo partió de las sensaciones y vivencias que tuve allí. En este proceso de experimentación y vivencia, comprendí que las disciplinas corporales y sensoriales presentes en el Museo do Piauí se alinean a otros mecanismos disciplinares de nuestras instituciones sociales, como: la escuela, el ejército, el trabajo, la familia, el hospital, que tienen por objetivo la obtención de cuerpos dóciles (FOUCAULT, 2014). Además, también reflexiono acerca de los procesos maquínicos, gestionados por una máquina social capitalística (DELEUZE, GUATTARI, 2012a, GUATTARI, ROLNIK, 1996) es decir, un sistema social que busca gestionar, en el status de la modernidad occidental, los procesos de subjetivación de los cuerpos, buscando de esa forma uniformizar y homogeneizar las multiplicidades, disminuir sus potencias y su poder de diferenciación. Por otro lado, identificar los mecanismos disciplinares y de control fueron fundamentales para percibir cómo ocurren las indisciplinas, es decir, entender qué tácticas son activadas por aquellas que vivencian el Museo y buscan construir otros modos de existir y habitar ese espacio institucionalizado. Por último, presento una intervención con las conductoras y trabajadoras del Museo do Piauí, siguiendo la perspectiva del análisis institucional (LOURAU, 1993), donde intenté trabajar con las sensibilidades, afectaciones, memorias y sensaciones, pues percibí que en ese producir de afectaciones, pueden surgir otros caminos y relaciones más potentes y felices.