Abstract:
RESUMO: Xerostomia, doença bucal caracterizada por diminuição ou ausência do processo de salivação, possui como tratamento farmacológico a Pilocarpina, administrada de forma oral, via de administração que, entretanto, relaciona-se a diversos efeitos adversos também debilitantes, incluindo dor de cabeça, aumento da sudorese e frequência de micção, etc. Comprimidos mucoadesivos aplicados à via bucal são formulações não convencionais, com muitas vantagens em relação às formas tradicionais, incluindo liberação sustentada e possível decréscimo de efeitos adversos. O estudo se propos ao desenvolvimento desta tecnologia, incluindo quitosana como polímero mucoadesivo principal e sua associação com goma de cajueiro, carboximetilcelulose ou carbômeros. Num primeiro momento, uma revisão de literatura sobre a tecnologia de formulações adesivas foi delineada. Após, comprimidos de quitosana com os polímeros sintéticos foram desenvolvidos. Aquele que permitiu melhor comportamento, e uma liberação controlada da pilocarpina, foi a associação quitosana e carbômero, dosados por metodologia previamente validada por HPLC-DAD. Posteriormente, comprimidos de quitosana com goma de cajueiro foram desenvolvidos, e o processo diferenciado de obtenção da mistura foi determinante para o acréscimo nas propriedades mucoadesivas do material frente aos seus polímeros isolados ou a simples mistura física entre estes, resultando em formulação com 6h de liberação controlada da pilocarpina. Dessa forma, o trabalho consolida informações relacionadas ao desenvolvimento tecnológico deste sistema adesivo bucal, de liberação controlada, e demostra a vantagem do polímero natural, goma de caju, no incremento de propriedades adesivas e controle de liberação do fármaco quando associado à quitosana. Todas as formulações desenvolvidas, seja com polímero sintético ou natural, resultaram em formulações aceitáveis para possível uso contra a xerostomia. ABSTRACT: Xerostomia, oral disease characterized by a decrease or absence of the salivation process, has as its pharmacological treatment Pilocarpine, administered orally, route of administration, which, however, is related to several debilitating adverse effects, including headache, and increase in sweating and frequency of urination, etc. Mucoadhesive tablets applied to the oral route are unconventional formulations, with many advantages over traditional forms, including sustained release and possible decrease of adverse effects. This study aimed at the development of this technology, including chitosan as the main mucoadhesive polymer and its association with cashew gum, carboxymethylcellulose or carbomers. At first, a review of the literature on the technology of adhesive formulations was outlined. Afterwards, chitosan tablets with synthetic polymers were developed. The formulation with the best behavior, and a controlled release of pilocarpine, was the formulation containing chitosan and carbomer association, dosed by a methodology previously validated by HPLC-DAD. Subsequently, chitosan tablets with cashew gum were developed, and the differentiated process of obtaining the mixture was determinant for the increase in the mucoadhesive properties of the material against its isolated polymers or the simple physical mixture between them, resulting in a formulation with 6 hours of controlled release of pilocarpine. Thus, this work consolidates information related to the technological development of this controlled release adhesive buccal system and demonstrates the advantage of the natural polymer, cashew gum, the increase of adhesive properties and control of drug release when associated with chitosan. All formulations developed, either with synthetic or natural polymer, have resulted in acceptable formulations for possible use in the treatment of xerostomia.